quinta-feira, 31 de outubro de 2013

ESPORTES - PETROLINA RECEBE PELA PRIMEIRA VEZ, A WINE RUN,QUE SE REALIZARÁ EM PLENA CAATINGA

Wine Run na caatinga terá atleta campeão do Parapan-Americano


Em sua estreia no Vale do Rio São Francisco, a Wine Run, meia maratona brasileira que unirá a corrida de rua e a cultura do vinho em plena caatinga, também será vitrine para o esporte como ferramenta de inclusão social de portadores de deficiências físicas. Campeão dos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara/2011, Francisco Daniel e outros dois para-atletas da Associação Petrolinense de Atletismo (APA), uma das mais fortes do interior nordestino, estarão no evento que chega à divisa dos estados da Bahia e de Pernambuco em 15/11.
"Estou muito entusiasmado com a chegada da Wine Run ao Vale do São Francisco. Não é uma prova de alto rendimento, e sim participativa, abrindo espaço para todos os tipos de atletas. Será uma grande festa do atletismo brasileiro, e também uma oportunidade muito importante de divulgar os nossos atletas e o trabalho da APA", destaca Marciano Barros, técnico e idealizador da associação. "Com essa divulgação, podemos até mesmo conseguir um patrocínio para a equipe."
O trio de para-atletas da APA na Wine Run será formado por Francisco Daniel, portador de paralisia cerebral e vencedor e recordista do Parapan de Guadalajara nos 1.500 m, Francisco Pereira e Lázaro de Oliveira, ambos com amputações nos membros superiores. "Será a primeira vez que teremos um trio assim numa competição", aponta Marciano. A associação também terá atletas regulares na prova, como Edson Amaro, 13º na Corrida de São Silvestre de 2011, e Simone Daiane.
Fundada em 2003, a APA mantém hoje 52 corredores, sendo 22 para-atletas, treinando em Petrolina, mais 250 alunos atendidos por escolas parceiras em outras cidades do Nordeste. Alguns, como Francisco Daniel, ganharam projeção internacional. Deficiente visual, Josoaldo Coelho foi líder do ranking mundial dos 10.000 m em 2012. E Fernanda Yara, amputada do membro superior esquerdo, foi convocada para a Paralimpíada de Pequim/2008. A entidade também faz um trabalho de base, com 19 garotos nas Olimpíadas Escolares.
Apesar do relevante trabalho em favor da inclusão social, sem patrocínios, a APA dribla os problemas de estrutura física, como a falta de uma pista de atletismo, buscando parcerias que possam fornecer alguns serviços essenciais. A Universidade Federal do Vale do São Francisco, por exemplo, é responsável por uma série de testes com os atletas, como a avaliação de VO2 máximo, para se determinar o volume de oxigênio aspirado, além dos acompanhamentos técnico e médico.
"Nós fazemos um trabalho de improviso. Buscamos acima de tudo a inclusão social das pessoas com necessidades especiais, sempre tratando todos os problemas como obstáculos que podem ser ultrapassados", explica Marciano. "Sempre passo para os alunos que o esporte é um trampolim para a carreira que eles querem seguir. O que mais me realiza é ver garotos deficientes, que antes eram excluídos até pela própria família e sem perspectivas de vida, tornarem-se a maior fonte de renda familiar, graças ao esporte."
www.winerun.com.br

fonte : Prof. Natan Barros

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