sexta-feira, 11 de maio de 2012

POLÍCIA - SEQUESTRO E MORTE,O QUE ACONTECEU NAQUELE 08 DE MAIO,COMO FOI A MISSÃO DE RESGATE?

Por : Militão Lima

Primeiro gostaria de pedir desculpas,ontem 10 de maio,iriamos postar um video com depoimento com os detalhes do sequestro e da operação realizada pela CIOSAC e pela inteligência do 5º Batalhão de Polícia Militar,porém,aguardamos até a meia noite de ontem,quando nos foi negada definitivamente a autorização.
Polêmicas a parte,farei um relato do que aconteceu naquele dia,detalhes,eu estava lá!
Naquele 08 de maio por volta das 17:00hs,fomos chamados (CIOSAC), pela inteligência para que fizesse-mos uma invasão tática em um hotel da cidade,ao chegar-mos lá nos foi passado que os sequestradores estariam em um apartamento e que possivelmente a vitima estaria com eles,de imediato iniciamos os preparativos,chamamos uma pessoa da recepção que bateu a porta e quando perguntarão quem era,foi informado que era da recepção,abriram a porta e nesse momento fizemos a entrada no ambiente,infelizmente eram apenas empresários,permanecemos no quarto e nos foi informado de outros dois apartamentos, invadimos o próximo e mais uma vez nada,partimos para o terceiro,nada de novo,mas ai o 09 percebeu que havia uma chave de veiculo FIAT e o carro da vitima já havia sido localizado no pátio do hotel,o policial da inteligência pegou-a foi até o veiculo,ficamos aguardando até que ele gritou -A moça está aqui no porta malas. imaginem a alegria que nos invadiu,até porque a cerca de vinte dias atrás,houve um outro sequestro e entregamos a moça sem um arranhão a família,quando chegamos,ela estava deitada de lado,os cabelos cobrindo o rosto, descalça,os pés sujos,nos aproximamos e o 09 tocou seu ombro e chamou duas vezes -moça! moça! Ele pegou o seu pulso e nesse momento vi que os dedos estavam enrigecidos... falamos os dois juntos...está morta!...sabem o que eu vi? guerreiros habituados a ver todos os tipos de situações inimaginaveis,todos levaram as mãos a cabeça,naquele momento não havia o policial e sim o pai,irmão...voltamos para a recepção para ver as imagens,de repente o 09 falou,-Conheço esse cara ai! O inteligência disse - Eu sei aonde ele mora, não havia tempo a perder,com o local isolado e polícias do batalhão guardando o local,partimos em velocidade para o bairro da Vila Eduardo,chegando ao local foi iniciada uma conversa,o inteligência chamou o acusado pelo nome.
   - Diogo.
   -O que é! respondeu ele.
   -Vim saber se você tem um carro para vender.
   -Quem negocia é meu irmão,não sou eu não.
Atrás do portão,o 09 falou.
   -Diogo,sou eu D... da agrotécnica,lembra de mim?
   -Ôxe,lembro!
   -Meu irmão vim de Sta.Ma.da Boa Vista para comprar um carro.
   -Eu não posso sair não,minha trancou tudo e levou a chave,venha amanhã.
   -Beleza,pega eu telefone e me dá o teu.
Enquanto eles ganhavam tempo,o 22 e o 34,pularam o muro do quintal e posicionaram-se,lá fora aguardava-mos a chegada de um alicate para cortar a cerca elétrica,com o alicate o inteligência fez o corte e saltamos eu o 09 e o 39,0 44 ficou estrategicamente posicionado com uma arma longa para proteger a nossa entrada,o assassino percebeu a entrada e veio até a porta que estava trancada,arrombamos a porta e ele correu para o quarto e se trancou,arrombamos também e o agarramos e o trouxemos para fora,mandamos que deita-se e o 09 falou.
    -Perdeu Diogo,a casa caiu,você matou a menina,porquê?
    -Foi eu mesmo,foi eu mesmo!respondeu ele.
    -Mas porquê?se você queria o resgate,como você ia receber se você a matou?
    -Não sei,tava aperriado,precisava de dinheiro,ia pedir a ela mas...! Era extorquir na verdade.
    -Como foi Diogo,o que aconteceu realmente?
    -Eu já tive um relacionamento com ela,e alguns dias nós vinhamos trocando mensagens na internet,marcamos pra sair,13:00 ela deixou os filhos dela e me pegou em frente da Emissora Rural no centro,de lá paramos num posto para abastecer e seguimos para um motel próximo ao Macro,chegamos 13:30 mais ou menos,tivemos relações e quando pedimos a conta,ela disse que não queria mais nada comigo e começamos a discutir,ela ficou de costas e eu atirei uma latinha de energético na nuca dela.
    -Porquê você fez isso,achou que ela ia desmaiar?
    -É, mas ela se virou e veio pra cima de mim,foi ai que eu a agarrei e a estrangulei,o pescoço dela quebrou,arrastei o corpo dela pela cerâmica,que era mais fácil e na porta coloquei ela nos braços e joguei no porta malas,dirigi sem rumo até os projetos e decidi abandonar no hotel,ia esperar até amanhã pra fugir.
    -Quanto você pediu pelo resgate?
    -50 mil.
    -Eles tinham esse dinheiro/
    -Sei lá!
Fizemos uma varredura no local a procura de armas e o colocamos na viatura para nos dirigirmos a delegacia,chegaram a mãe,irmãos,primos e vizinhos,estes,principalmente a mãe gritavam," matem esse monstro,nos livre desse desgraçado",havia muita revolta,fomos para a delegacia e ele no trajeto ainda disse, "maldita hora que ela entrou na minha vida",nós dissemos,"maldita hora em você entrou na vida dela bandido",entregamos o monstro na delegacia aonde o monstro foi autuado em flagrante por extorsão se guido de homicídio.
Um policial me perguntou porque a gente não tinha matado aquele monstro...eu respondi que a vontade como homem era essa,mas naquele momento o homem não estava lá e sim um policial das forças especias,e como tal,agimos a razão e não com a emoção,e a razão diz que ele deve ser levado a justiça para pagar pelo seu crime.
Gostaria de dizer a família que a todo momento nós tinha-mos a certeza de que a resgataria-mos com vida e a devolveria-mos a vocês sem um arranhão,sentimos muito,não havia o que fazer.
Quero parabenizar toda a minha equipe pelo alto grau de profissionalismo e ao pessoal da inteligência que desenvolveu um incrivel trabalho,apesar das entrevistas não falarem,exceto um radialista,e algumas pessoas quererem triunfar onde não há triunfo querendo aparecer,estamos com a sensação de dever cumprido,sei que falo por toda a equipe.

      "Para que o mau triunfe,basta que os bons cruzem os braços"
                                                               Edmund burke

   
 

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